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Momento histórico no Planalto

O presidente da OAB do Rio de Janeiro (OAB-RJ), Wadih Damous considerou hoje (16) “um momento histórico” a cerimônia de posse dos sete membros da Comissão da Verdade pela presidenta Dilma Roussef, no Palácio do Planalto. Convidado por Dilma para assistir a cerimônia, Damous afirmou, logo após deixar a sede do governo, em Brasília, a presidenta da República fez um discurso de estadista principalmente quando frisou que “nada deve deterá busca da verdade. E isso não pode ser confundido com revanchismo”.

Wadih Damous afirmou que os nomes que tomaram posse na manhã desta quarta-feira na Comissão da Verdade são respeitados pelas entidades de defesa dos direitos humanos.Além disso, segundo ele,  o grupo reúne também integrantes de governos anteriores e “essa pluralidade é saudável para uma comissão que deve ser de Estado, compromissada com sua função de resgatar fatos acontecidos e crimes cometidos por agentes públicos durante a ditadura, apontando responsáveis pelas mortes e desaparecimentos políticos”.

O presidente da OAB-RJ fez questão de deixar claro que “no inexorável caminho de resgate da memória e da verdade, não cabem intenções de revanchismo, tanto quanto soam descabidas dúvidas sobre o foco das apurações a serem conduzidas pela comissão”. Lembrou, no entanto, que a composição reduzida e o exíguo prazo de dois anos para a consecução da tarefa já são motivos suficientes de preocupação. “ Há sombras demais, vácuos de informação sobre aqueles tempos sombrios. Serão necessários o apoio e a colaboração da sociedade para que o resultado final traga alguma justiça, ou satisfação, a tantas famílias de perseguidos políticos que pagaram caro por sua luta em prol das liberdades democráticas”.

Ao final, Damous destacou o compromisso institucional da Seccional do Rio de Janeiro da OAB em favor do “pleno conhecimento dos fatos criminosos que mancharam as páginas de nossa história e continuará a empenhar esforços para que um dia possamos enfim promover a verdadeira reconciliação nacional. E concluiu: “o objetivo de investigar fatos e crimes cometidos por agentes públicos na ditadura está claro na lei”.