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Cadeia não pode levar nome de advogado

Um dos mais importantes juristas do país, o criminalista Evaristo de Moraes Filho, que morreu em 1997, sempre reclamava com os amigos mais próximos, como os advogados Sepúlveda Pertence e Luis Guilherme Vieira, que uma de suas grandes mágoas era nunca ter conseguido retirar o nome de seu pai, Evaristo de Moraes, do presídio localizado na Quinta da Boa Vista, a ex-residência de nosso Imperador, cognominado Galpão da Quinta. Segundo ele, “cadeia não pode levar nome de advogado, uma vez que este possui, por missão sacrossanta, defender a liberdade do homem, evitando, de todas as maneiras, que o recolham às paredes frias do cárcere, símbolo maior da incompetência humana”. Em certa ocasião, Evaristo lembrou aos dois colegas que o chamado Príncipe dos Penalistas Brasileiros, o jurista Nelson Hungria – falecido em 1969 – que sempre lutou pela liberdade, foi  “homegeado” com o nome da penitenciária de Contagem (MG). Evaristo morreu mas deixou um pedido expresso aos seus amigos: não permitam que meu nome jamais seja usado para batizar penitenciárias porque “quero ser lembrado pela liberdade, não pela prisão!”.